.:: AVISO IMPORTANTE: ATENDIMENTO NA SRE METROPOLITANA B SOMENTE ÀS TERÇAS E QUINTAS-FEIRAS - FIQUE ATENTO ::.


quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Aprender, empoderar, sonhar e transcender através da música


Comumente a Educação é pensada como uma atividade restrita à sala de aula e extremamente conteudista, como de fato ela foi em determinados períodos de nossa História. Felizmente, porém, há muito essa não é mais a nossa realidade, sendo que cada vez mais a escola desperta para a necessidade de se recorrer a metodologias didáticas alternativas, que fujam do ensino tradicional sem nunca perder de vista o aprendizado discente como sua finalidade primeira. A música, por exemplo, com o seu potencial de harmonização, traz incontáveis benefícios ao ensino-aprendizagem, e, mesmo que não utilizada como base curricular de alguma disciplina, ela já é benéfica só mesmo por existir como som ambiente no contexto escolar.

Foi nesse sentido que se deu a parceria entre o Instituto Cultural Filarmônica (ICF) e a Secretaria de Estado de Educação (SEE), que, juntos, objetivam levar a música clássica para a sala de aula, oferecendo condições para as escolas desenvolverem a música dentro do seu projeto pedagógico. Isso pode soar estranho aos menos familiarizados com o tema, valendo, nesse sentido, que recorramos às benesses da música clássica já comprovadas em algumas pesquisas. Estudos recentes realizados por cientistas da Universidade de Helsinque, na Finlândia, concluíram que escutar música clássica ativa genes associados à memória e ao aprendizado, ocasionando ainda uma série de outros efeitos positivos para o corpo humano.

Estudos anteriores, porém, já haviam alertado para diversas influências que a música clássica exerce sobre o nosso cérebro, dentre as quais podemos mencionar os efeitos sobre o nosso humor e para a inteligência infantil. Quando apreciada, essa modalidade musical ativa no cérebro áreas ligadas à emoção, cognição e autonomia, liberando ainda a dopamina, que afeta nosso humor e nossa sensação de bem-estar. Nada mal para quem lida com adolescentes geralmente superexcitados. Ademais, no que tange à exposição das crianças à música clássica, percebe-se um aumento permanente do QI, o que faz de Mozart, Beethoven, Chopin e afins importantes aliados no processo educacional.

Como tudo começou

Com o apoio da Coordenação Geral das Ações de Educação Integral da SEE, antes do encontro ao vivo com a Filarmônica, estudantes da Escola de Música da UEMG visitaram as instituições de ensino inscritas levando noções básicas sobre o funcionamento de uma orquestra. O objetivo dessa visita foi preparar os discentes para o concerto, aproximando-os dessa realidade, uma vez que grande maioria deles nunca havia vivido a experiência de uma sala de concertos e orquestra, conforme observado pelo próprio maestro Marcos Arakaki. Nesse sentido, tal iniciativa revela o genuíno desejo da Filarmônica de tornar a música acessível a todos, desconstruindo a sua aparência elitista. Nesse âmbito, é indispensável mencionar que, ao levar a música clássica às escolas – ou, melhor dizendo, ao levar às escolas ao concerto – não estamos apenas recorrendo a mais uma metodologia didática. Subjaz aí toda uma ideia de empoderamento. Levar os discentes ao concerto é convidá-los a ocupar um “lugar” historicamente restrito a poucos; é despertar neles o interesse pela arte em suas diversas manifestações, levando-os a desconstruir a falsa relação entre erudição e poder aquisitivo.


Percebe-se na história da civilização ocidental uma preocupação das famílias mais abastadas em instruir os seus filhos na música erudita desde a mais tenra idade, o que abriria caminho para estudos mais sérios (lê-se “mais rentáveis”) na adolescência e vida adulta. Observa-se ainda aqueles que levam os filhos a aprender música por razões de status social ou para levá-los a desenvolver disciplina. Conhecer a música clássica, no entanto, é uma obrigação cultural, devendo ela ser acessível a todas as pessoas. A arte unifica e não faz distinções.

Os Concertos Didáticos

Feitas as preliminares, foi chegado o dia 24/10, quando os discentes tiveram a oportunidade de estar na primeira apresentação da edição de 2016 da série Concertos Didáticos. Os Concertos Didáticos são apresentações feitas sob medida para que crianças e adolescentes oriundos da rede escolar pública, instituições sociais e universidades deem seus primeiros passos na música orquestral. Além de apreciar a música, o público recebe informações sobre a orquestra e seus instrumentos, as obras e os compositores.


Mas não para por aí! O ICF ainda disponibilizou material didático para ser trabalhado nas escolas, viabilizando a capacitação dos professores de arte-educação da rede estadual. Todas as escolas participantes receberam livretos voltados para o público infanto-juvenil a fim de que a galera dê os seus primeiros passos na música clássica. Além dos livretos, cada escola recebeu um exemplar do DVD didático “Primeiros passos na música clássica: para quem ouve e para quem quer ouvir”, produzido pela Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, com recursos da Lei Estadual de Incentivo à Cultura.

Os concertos aconteceram entre os dias 24 e 25 de outubro, reunindo nos dois dias de apresentação uma média de 5.800 espectadores, dos quais 3.200 foram estudantes de escolas estaduais, sendo 1.260 desses alunos de escolas vinculadas à SRE Metropolitana B.

A participação da B

“Os Concertos Didáticos foram excepcionais! Foi maravilhoso ver os nossos alunos da Educação Integral na Sala Minas Gerais participando deste evento belíssimo. Era perceptível o encantamento das crianças e adolescentes ali presentes ao ouvirem os clássicos”, comenta a Diretora Pedagógica da SRE B, Fátima Maria Gonçalves. “Como Diretora Pedagógica, assistir a este Concerto juntamente com nossos alunos só fez reforçar em mim a necessidade de construirmos caminhos que consolidem uma Educação pensada não apenas de forma diversificada, integrada, mas concretizada na totalidade das dimensões de desenvolvimento, uma Educação que envolva todas as esferas da vida humana”.


Segundo a Diretora Pedagógica, construir essa Educação é promover a integralização e a potencialização dos diversos saberes nos estudantes, o que, segundo ela, se constitui como o grande desafio da atualidade. Fátima defende que cabe a nós, trabalhadores da Educação, construirmos e/ou reconstruirmos um ensino que reflita sobre nossas crianças, jovens e adultos, dotando-os de competências e habilidades que muito contribuirão para uma sociedade mais justa, igualitária, fraterna e humanizada.

Listamos a seguir as escolas da SRE Metropolitana B que participaram dos concertos.

Escola Estadual Cabana do Pai Tomás – Belo Horizonte
Escola Estadual Cecília Meireles – Belo Horizonte
Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio – Ibirité
Escola Estadual Deputado Cláudio Pinheiro – Contagem
Escola Estadual Dom Bosco – Contagem
Escola Estadual dos Palmares – Ibirité
Escola Estadual Doutor Renato Azeredo – Betim
Escola Estadual Guia Lopes – Belo Horizonte
Escola Estadual no Parque Elizabeth – Ibirité
Escola Estadual Pedro Dutra – Belo Horizonte
Escola Estadual Princesa Isabel – Belo Horizonte
Escola Estadual Professora Yolanda Martins – Ibirité
Fundação Caio Martins – Esmeraldas
Fundação Helena Antipoff – Ibirité

A SRE Metropolitana B agradece a cada órgão envolvido nesta grande iniciativa. A saber: Instituto Cultural Filarmônica (ICM) e, naturalmente, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais; Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais (SEC), Fundação Clóvis Salgado (FCS) e, em especial, o seu Centro de Extensão e Artes (CEFAR); Escola de Música da UEMG e seus monitores; a Secretaria de Estado de Educação (SEE), em especial à Coordenação Geral das Ações de Educação Integral.
__________
Texto: Alex Gabriel da Silva
Fotos: SRE Metropolitana B














Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fique à vontade para deixar aqui os seus comentários, mas esclarecemos que antes da publicação todos os posts são analisados pelo moderador do blog. Obrigado!